Em que(m) cremos e o que (a quem)
esperamos?
Não se pode nem se deve basear a
convicção da fé no que Deus pode ou não fazer por nós. Milagres são temporais,
Ele é Eterno. Prodígios são lampejos de sua glória, que é infinita e vai além
do que os olhos carnais podem contemplar aqui.
Fé baseada em milagres
dificilmente gera compromisso, caso contrário a nação de Israel a muito teria
se convertido a Deus, desde o Mar Vermelho até ao próprio Cristo. A sede por
sinais nunca passa, há sempre quem queira ver mais. No entanto, somos
desafiados a andar não por vista. Esperança que se comprova à vista não é
esperança.
Deus é muito mais e tem muito
mais para nós do que portas e portas abertas... Há tesouros e riquezas
insondáveis em Sua Pessoa para nós. E é disso que se deve querer desfrutar.
Sem alcançar o lado oposto
repleto de auto-piedade, deveríamos nos interessar muito mais por acompanhar as
pisadas daqueles que morreram e deixaram unicamente um exemplo a ser seguido -
de fé, de vitória em Cristo.
Paulo, que colecionou acoites e
prisões por amor a Cristo, disse no fim de tudo: acabo a carreira e guardo a
fé. E tinha "currículo" pra descrever em páginas e páginas algumas
dezenas de milagres que Deus operara através dele. Isso, no entanto, ficou por
conta do Mestre. Seu amor e sua vida estavam centrados Nele. O
"resto", apenas conseqüência e, como tal, inevitável.
E o que dizer dos três jovens
judeus no império da Babilônia que se mantiveram de pé mesmo sob a ameaça de
serem lançados na fornalha? Não houve revelação prévia do livramento que Deus
lhes daria. A fé deles se mostrou no compromisso de ir com Deus até o fim,
mesmo que o fim fosse a morte.
Oro a Deus pra que ferva no
coração desta geração de cristãos um compromisso como esse.
Não uma fé mercantilista, não um
louvor com pretensão de receber recompensas... Mas uma fé que resulte em
compromisso com o Reino, simplesmente. O Reino em nós e através de nós.
Para levar luz aos que estão em
trevas, esperança e vida para almas que estão indo para serem mortas de uma vez
por todas sem ter quem as livre.
Neste tempo falta-nos
compreender plenamente o que Paulo diz: O Evangelho é o poder de Deus para
SALVAÇÃO de todo aquele crê.
Poder e fé para salvação, para
libertação: o milagre que começa aqui e transpassa o tempo e as eras alcançando
a eternidade, fazendo aumentar as fileiras dos santos que herdarão os céus, a
herança incorruptível.
(Por Caroline Vieira)
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