segunda-feira, 4 de junho de 2012

O FIM DA FÉ: A SALVAÇÃO DA ALMA


“O mesmo Deus da paz vos santifique em tudo; e o vosso espírito, alma e corpo sejam conservados íntegros e irrepreensíveis na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo.”
(1 Ts 5:23)

Louvado seja o Senhor porque Ele trabalha em nós para salvar todas as partes do nosso ser! À luz da Bíblia, vemos que o ser humano possui três partes: espírito (Jó 32:8; Pv 20:27; Zc 12:1) para receber Deus, que é Espírito (Jo 4:24); corpo (1Co 6:18-20) para interagir com o meio físico e alma (Gn 2:7; Sl 42:2; Lc 1:46) que é o homem propriamente dito, sua pessoa e personalidade. Graças à obra de Cristo na cruz, quando cremos Nele e O confessamos como nosso Senhor e Salvador, recebemos em nosso espírito uma nova vida, a vida de Deus (Jo 1:12; 3:3, 5-7; Rm 10:9-13). Em nosso espírito agora habita O Espírito! O nosso espírito está salvo!

A salvação do corpo se dará na segunda vinda de Cristo: quando ressoar a trombeta de Deus, os mortos em Cristo ressuscitarão e, juntamente com os vivos, serão arrebatados, entre as nuvens, para o encontro com o Senhor nos ares (1 Ts 4:16-17). A isso a Bíblia chama de redenção de nosso corpo (Rm 8:23), quando nosso corpo de corrupção, nosso corpo natural, ressuscitará em corpo de incorrupção, em corpo espiritual (1 Co 15:42-44).

Portanto, uma vez que já fomos regenerados, só nos resta nos preocupar com a salvação da nossa alma. Foi diante desse quadro que Pedro nos encorajou a obter "o fim da nossa fé: a salvação da nossa alma." (1 Pe 1:9) Como então podemos dar esse último passo para alcançarmos uma salvação completa? O segredo está nas palavras de Jesus em Mt 16:24-25: "Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me. Porquanto, quem quiser salvar a sua vida [da alma] perdê-la-á; e quem perder a vida [da alma] por minha causa achá-la-á." Não há outra maneira de salvarmos nossa vida da alma se não negando-a. Dia a dia, o nosso sentimento deve ser de negar a nós mesmos, tomar a nossa cruz e, assim, seguir o Senhor.

A nossa alma foi criada para ser um instrumento para servir a Deus, mas, desde o pecado em Adão, o ego humano cresceu, e nossa alma tem sido até um instrumento usado por Satanás. Vejamos o contexto em que os versículos acima estão inseridos:

16.21   Desde esse tempo, começou Jesus Cristo a mostrar a seus discípulos que lhe era necessário seguir para Jerusalém e sofrer muitas coisas dos anciãos, dos principais sacerdotes e dos escribas, ser morto e ressuscitado no terceiro dia.
16.22   E Pedro, chamando-o à parte, começou a reprová-lo, dizendo: Tem compaixão de ti, Senhor; isso de modo algum te acontecerá.
16.23   Mas Jesus, voltando-se, disse a Pedro: Arreda, Satanás! Tu és para mim pedra de tropeço, porque não cogitas das coisas de Deus, e sim das dos homens.

É muito fácil identificar o lado mau de nossa vida da alma, porém seu lado bom é extremamente difícil, pois se confunde com o viver espiritual. Sempre apreciamos o que fazemos de bom: o comportamento refinado, a dedicação em agradar a Deus, a preocupação com as pessoas. Não conseguimos ver o perigo que há por trás disso. Perceba que Pedro usou de sua compaixão, o melhor lado de sua alma, para impedir que Jesus sofresse, mas, pela resposta do Senhor, vemos que até o lado bom de nossa alma é usado por Satanás. Amado leitor, isso deve nos impressionar! Por melhores que sejam, quando damos espaço para nossas próprias vontades e opiniões, na verdade estamos dando espaço para o inimigo de Deus agir! Que advertência!

Como então caminhar tendo nós tal coração desesperadamente corrupto (Jr 17:9)? A resposta está em nosso espírito. Em nosso espírito habita o Espírito, e se pendermos ao Espírito o resultado é vida e paz (Rm 8:6). Que maravilhoso! Cristo em nós é a esperança da glória! Quanto mais nos esvaziamos de nós mesmos, mais da vida de Deus é acrescentada. Se exercitarmos nosso espírito por meio de invocar o nome do Senhor e ler a Sua palavra com oração, pouco a pouco seremos transformados e, por fim, estaremos prontos para reinar com Ele. Não vamos mais deixar nossa alma agir sozinha, mas antes vamos negá-la para que o Espírito a conduza. Que a palavra de Deus possa agir eficazmente em nós!

"Porque a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e propósitos do coração." Hb 4:12

Por Marcelo Andrade (baseado no livro Os Perigos do Lado Bom da Alma, de Dong Yu Lan, publicado pela Editora Árvore da Vida).

terça-feira, 22 de maio de 2012

DIRETRIZES DA IGREJA


Texto: Cl.1.9-14
9. Por esta razão, nós também, desde o dia em que ouvimos, não cessamos de orar por vós, e de pedir que sejais cheios do pleno conhecimento da sua vontade, em toda a sabedoria e entendimento espiritual;
10. para que possais andar de maneira digna do Senhor, agradando-lhe em tudo, frutificando em toda boa obra, e crescendo no conhecimento de Deus,
11. corroborados com toda a fortaleza, segundo o poder da sua glória, para toda a perseverança e longanimidade com gozo;
12. dando graças ao Pai que vos fez idôneos para participar da herança dos santos na luz,
13. e que nos tirou do poder das trevas, e nos transportou para o reino do seu Filho amado;
14. em quem temos a redenção, a saber, a remissão dos pecados;

Já se perguntou qual o propósito da Igreja hoje? Qual é o foco dado em seus ensinamentos? Quais os princípios que são observados e quais estão sendo ignorados? Onde encontramos a base Bíblica para a "Igreja" de hoje? Na carta à igreja de Colosso, Paulo ora e pede a Deus que dê algo a esta igreja, e a maioria do que é mencionado aqui parece não estar presente no que vemos e aprendemos hoje.

Primeiramente, ele pede por um pleno conhecimento, sabedoria e entendimento. Estas não estão relacionadas com algo terreno, algo com o qual possamos nos comparar aos outros, mas sim por algo que se desenvolve entre nós e Deus, uma relação prática, que exige de nós um "colocar a mão na massa", ou seja, aplicar (cf. Tg.1.22) o que aprendemos da Bíblia.

E isso para agrado de quem? De nós mesmos? Não, isso é para Seu inteiro agrado, para que Deus se agrade de nós. Não estamos competindo com outros seres humanos, estamos competindo conosco, para nos tornarmos cada vez mais próximos de Deus. Frutificando em toda boa obra, ou seja, aplicando nossa fé de forma que ela externe o que estamos aprendendo e gere frutos para a glória de Deus - isso gera o conhecimento de Deus.

Interessante que para isso precisamos de um poder que não é humano, mas que Deus nos dá, tanto para suportar as provações (cf. Tg.1.2-4) quanto para crescer em longanimidade, perseverança e alegria, e não em riqueza e conforto nesse mundo. Aqueles que dizem que devemos ter uma vida calma e tranquila, aproveitando do que o dinheiro e este mundo pode nos dar, devem achar algum embasamento pois claramente Paulo fala de outras características que Deus almeja em nós.

E ainda mais, Paulo deseja que sejamos sempre gratos. A ênfase aqui é que não importa a situação, pois Deus cancelou o veredito que estava sobre nós, e isso já é motivo suficiente para sermos sempre gratos. Através de Cristo, Deus nos tirou o peso do passado, nos acompanha no presente, e mudou nosso futuro. Éramos tal qual escravos da escuridão e passamos a ser coerdeiros da Luz, que grande transformação! Que grande motivo de gratidão!

Notemos que não há mais o fardo de pecado que carregávamos no passado. Hoje temos o pagamento do resgate, a remoção da maldição da Lei e a libertação da escravidão oferecida por Cristo. Será que precisamos mais do que isso? Será que o mundo pode de alguma forma nos prover essa alegria indizível?

Cuidado com o que tem sido anunciado, sejamos como os irmãos de Beréia que receberam a palavra e foram confirmar nas Escrituras.

Por Davi Bernhard.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

FÉ?


“Meus irmãos, que aproveita se alguém disser que tem fé, e não tiver as  obras? Porventura a fé pode salvá-lo?
Mas dirá alguém: Tu tens a fé, e eu tenho as obras: mostra-me a tua fé sem as tuas obras, e eu te mostrarei a minha fé pelas minhas obras.” (Tg 2. 14-18)

É notório que em grande parte do meio evangélico costuma-se ter por pessoas de fé aqueles que tem suas preces respondidas por Deus com um sim, pois tem-se a idéia de que fé é algo que pode colocar Deus sob o controle do “homem de fé”.

Ter fé então significa ter o poder de colocar o todo-poderoso a nosso serviço, poder para manter o Deus soberano sempre a nosso favor, poder para fazer o Deus onipotente voltar atrás para atender à nossa vontade. Afinal não é isso que os super-heróis da fé proclamam?  Que você tem o poder de mover a mão de Deus se tiver fé o bastante, que você pode encurralar Deus na parede e exigir ser abençoado porque você e um “homem de fé”. Segundo eles você pode até interferir no plano de Deus retardar sua morte até que as promessas feitas a você sejam cumpridas...

O engraçado é que o homem que ficou conhecido como pai da fé foi aquele de quem se disse: “Morreu sem ter alcançado a promessa”. O problema é que queremos tocar, sentir, ver. Prega-se por ai: você tem que crer para ver a bênção, quando o que Paulo ensina é justamente o contrário disso: O que é por vista não é por fé, porque o que vemos como podemos esperar? 

Em Hebreus “a fé é a prova das coisas que não se vêem”, como podemos cantar então: eu quero ver porque eu tenho fé?!  Ou dizer chavões como: sua bênção é do tamanho da sua fé. Ora o próprio Jesus abençoava pessoas sem fé, como o pai que pediu que Jesus, se pudesse, repreendesse o demônio que atormentava o seu filho, e depois confessou que não tinha fé quando disse: ajuda-me na minha falta de fé, Jesus também disse que eram bem aventurados  os que não viram, mas creram.

Bem, por todos esses exemplos que a Bíblia nos dá é que sou levado a pensar que fé não é algo que devemos usar para realizarmos nossos desejos ou algo em nós que nos dá o poder para colocarmos Deus em movimento ao nosso bel prazer. Fé é o dom que Deus distribui a seus filhos para servirmos a Ele e ao próximo, pois só alguém que realmente tem fé pode renunciar sua vida e o mundo para se dedicar ao serviço de Deus. Só alguém que realmente confia na providência do Senhor pode ter tranqüilidade para esquecer a própria vida para servir ao próximo e só quem tem fé de verdade pode deixar de lutar pra conseguir a salvação e assim apenas recebê-la como dom gratuito de Deus.

Por Angércio Alexanzito

segunda-feira, 16 de abril de 2012

FAZENDO CALAR A ALMA


“Decerto eu fiz calar e sossegar a minha alma; qual criança desmamada para com sua mãe, tal é minha alma para comigo.” (Sl 131.2)

Conte-me: porque o ser humano é tão insatisfeito? Conte-me porque não confiamos no Senhor. Conte-me porque sempre queremos respostas. Porque não cremos na Bíblia? Porque não nos apegamos à verdade bíblica? Porque não nos submetemos à vontade de Deus? Porque não nos posicionamos com gozo em Sua Soberana vontade?

Quando leio textos como o de Isaías 40, quando o profeta pergunta “Quem instruiu o Senhor?” penso muito em como tenta-se hoje em dia adequar as verdades bíblicas, escritas sob divina inspiração, ao pensamento humano. Tudo bem que estamos em dias difíceis, sem parâmetros, sem padrões, com relativismo dominando o mundo e a igreja... Difícil é encontrar alguém que tenha coragem de dizer A VERDADE! Ora mais, cada pessoa é individual, tem o seu ponto de vista, tem seus pensamentos, e é como se diz naquele hit da net anos atrás “cada um no seu quadrado”.

E Deus, onde entra nessa história? E onde anda a Igreja? Note que usei letra maiúscula para enfatizar que aqui de fato falo da Noiva de Cristo, linda e ataviada, e não do que hoje se chama de igreja, de local de reuniões de alguns evangélicos. Diga-me, querido leitor, não foi Deus quem deixou Sua Palavra como verdade para nós? A Igreja não é a incumbida de levar essa mensagem? Porque tanto relativismo? Porque tanto medo da opinião humana? Porque não nos espelhamos no exemplo de Paulo quando escreveu aos Gálatas “Porque persuado eu agora a homens ou a Deus? Procuro agradar a homens? Se estivesse agradando a homens NÃO seria servo de Cristo.” (Gl 1.10). observe o grifo meu: NÃO! Não é talvez, não é se tudo correr bem, se Deus não te amar, não é não! Sem arrodeios, ora mais...

Amigos, devemos crer na Bíblia! Como os reformadores: Sola Scriptura! É inspirada e suficiente! O que está na Bíblia é para nosso ensino, por mais que pareça ser contra nossos pensamentos carnais ou contra a onda de pensamento do mundo distante de Deus!

Cristãos tem mente de Cristo! Creem na Bíblia e vivem a Bíblia! Creem na soberania de Deus, sem paradoxos, sem jeitinhos para que fique claro e não machuque ninguém!

CRISTÃOS CREEM NA SOBERANIA DE DEUS

Quando lemos 2 Samuel 24, vemos que Deus, para estabelecer juízo sobre Israel, Deus usou Satanás para incitar Davi a realizar um censo. Era assim que Deus queria. E assim o fez! Deus não está ligado à ética tão pregada pelos filósofos humanistas e ateus deste século, e isso por um único motivo: Ele é Deus! Ele é Soberano!

Deus queria mostrar em Davi a debilidade do homem perante um Deus poderoso. Se o homem não fosse pecador, ou se não existisse pecado, como muito se divulga nesses dias tenebrosos, Cristo morreu em vão e TODA a Escritura está anulada! Mas não! Deus é Deus (desde a eternidade e para a eternidade), o homem é destituído da glória de Deus, embora tenha sido criado para a glória dEle, e só pode glorifica-lo novamente através de Cristo, que se deu espontaneamente para remissão do pecador e justificação por fé de todo aquele que se arrepende! Essa é a verdade! Esse é o Evangelho!

Como cristão, caro leitor, só posso fazer como o salmista no lindo Salmo 131, e me submeter sob sua Soberana mão, crer nEle, viver pra Ele em total dependência de Sua graça, desapegando-me de meus preceitos, de meus dogmas, de minhas verdades, para crer na Bíblia, na verdade e sossegar minha alma, esperando na ressurreição dAquele glorioso dia!

A Ele a glória!

Por Luiz Pereira


segunda-feira, 2 de abril de 2012

MOLDADOS A CRISTO

ORANDO SEGUNDO A VONTADE DO PAI

Cada vez mais fica claro para mim o texto de 1 João 5.14 “Se pedirmos alguma coisa, segundo a sua vontade, Ele nos ouve.” O apóstolo do amor aqui estava falando acerca de pedidos que o cristão deve fazer ao Senhor. Quando o cristão está em oração, com a ajuda do Espírito Santo, o que ele pedir será atendido, se estiver de acordo com a vontade do Pai.

A atividade do Espírito Santo enquanto oramos é importantíssima. Cristo abriu o caminho para que nos relacionássemos com o Pai, mas nossa natureza carnal, pecaminosa e corrupta (por sermos pó e nascidos em pecado) não sabe se relacionar tão bem com o Deus Santo. Por isso, o apóstolo Paulo fala da ação do Espírito Santo “intercedendo por nós com gemidos inexprimíveis” (Rm 8.26), e ainda mais no verso 27: “É Ele que segundo Deus intercede pelos santos.” (grifo meu). Se o Espírito Santo intercede por nós enquanto oramos para que a vontade de Deus se faça em nossas vidas, os pedidos que faremos serão para cumprir o propósito de Deus em nossas vidas.

O ESPÍRITO DA VERDADE

Quando Jesus prometeu o Espírito Santo, em João 14, vemos que o Espírito é “da verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê, nem o conhece; mas vós o conhecereis, por que habita convosco e estará em vós” (versos 17 e 18). O Espírito Santo nos ensina a verdade sobre Deus e sobre Seu Reino. “O Consolador vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar tudo que foi dito” (v. 26). Quando somos salvos, justificados por Cristo, vivemos a novidade de vida que o mundo não conhece, somos novas criaturas. Fazemos parte do Reino de Deus, como seu “povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz.” (1Pe 2.9).

Mas como anunciar as virtudes de Deus? Primeiro, através da Sua Palavra, Deus se revela para nós de uma maneira extraordinária, e não há nada sobre Deus na Bíblia que seja mentira. Através dela, podemos conhecer os atributos de Deus. Eis a grande importância do cristão ler a Bíblia.

Além disso, o Espírito Santo nos guia para que vivamos como servos dEle. Um povo de propriedade de Deus tem que ter a marca de Deus. O Espírito Santo é a marca, o selo de que pertencemos a Deus. “Por que todos os que são guiados pelo Espírito de Deus, estes são filhos de Deus” (Rm 8.14). O Espírito Santo trabalha para que nós sejamos mais crentes! É da vontade do Pai que nós o conheçamos mais, que estejamos mais conformados à imagem de Cristo, que vejamos em Cristo toda a beleza e o amemos acima de todas as coisas. É da vontade do Pai que tenhamos o caráter, a mente de Cristo.

O Espírito Santo, então, nos leva a pedirmos ao Pai isso. Entretanto, quando pedimos isso muitas vezes não nos damos conta da seriedade desse pedido. No nosso ser queremos ser mudados, queremos nos parecer mais com Cristo. É o próprio Deus que põe esse desejo em nós. Mas as mudanças que precisam acontecer em nossas vidas para que Cristo seja forjado em nosso caráter são profundas e muitas vezes dolorosas.

ORAÇÃO QUE LEVA A CASA DO OLEIRO

Muitas vezes enfrentamos desertos grandes, sem entender o motivo. Só depois é que podemos ver, por graça do Espírito, que faz parte da obra do Oleiro em nossas vidas, atendendo nosso pedido. Nós oramos, e Ele nos atendeu. As coisas de fato não aconteceram do nosso jeito. Às vezes trouxeram lágrimas, frustações, mas com certeza, como eleitos por Cristo, ao vermos nossa incapacidade, nos humilhamos, quebrantamos nosso coração e deixamos que o Grande Oleiro trabalhe e nos molde segundo Sua soberana vontade.

Pode parecer doloroso estar na roda do oleiro. Mas é consolador saber que estamos sendo moldados a Cristo, nossa vida! O barro não pode dizer ao oleiro: “Porque está me fazendo assim? Já estou bem como estou! Não preciso mais mudanças!”. O cristão, caro leitor, deve render-se e submeter-se à soberana vontade de Deus, reconhecendo Sua grandeza e Seu poder, para nos transformar.

Deus atende nossas orações, ainda mais quando são para nos conformarmos “à  imagem de Seu Filho” (Rm 8.29). Essa é, foi e sempre será Sua vontade para nós.

Ao observarmos a passagem em que Paulo revela sua fraqueza diante do espinho da carne, vemos que era a vontade de Deus operando em Paulo, para que Ele visse só em Cristo sua dependência. “A minha graça te basta, pois o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza.” (2 Co 12.9). Nessa passagem vemos que Deus não atende orações que não sejam segundo a vontade dEle. Deus queria que Paulo dependesse totalmente dEle, e queria que isso ficasse claro ao apóstolo através daquele espinho. Assim é também Deus para conosco. Às vezes não temos nossas orações atendidas porque não é da vontade dEle, porque seremos mais moldados ao caráter de Cristo sem aquele pedido atendido.

O OBJETIVO DE DEUS

Deus deseja que Cristo seja formado em nós. O Espírito Santo nos ajuda em nossas orações para que peçamos isso. Pode parecer doloroso, mas o resultado disso é algo muito superior. É muito melhor ser conforme Cristo!

A graça dEle é suficiente, cristão!

"Todas as coisas cooperam do bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados por seu decreto. Por que os que dantes conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho." (Rm 8.28,29)

Por Luiz Pereira.

terça-feira, 27 de março de 2012

LIVRE-ARBÍTRIO?



Entenda-se por livre-arbítrio a capacidade que o homem tem de escolher entre o bem e o mal. Adão foi criado e dotado de livre-arbítrio, pois foi criado perfeitamente reto. O primeiro homem era moralmente perfeito tinha a capacidade de servir e cumprir a vontade de Deus, embora pudesse cair desse estado, não havia nada na sua natureza que o impulsionasse a pecar a se afastar de Deus. Por isso seu pecado foi tão grave, aponto de ser expulso do paraíso.

Comecemos definindo o que é livre-escolha.

Escolher é a capacidade mental que o homem tem de decidir segundo os seus desejos, conforme o que lhe é agradável. Toda decisão que tomamos é motivada por um desejo, e os desejos de cada criatura estão de acordo com sua natureza. O homem caído não tem nada em sua natureza que o leve a ter prazer em Deus, a desejar comunhão com Ele, a buscar um relacionamento com Deus, disso concluí-se que ele nunca tomará uma decisão por Deus, a não ser que o próprio Deus coloque no seu coração esse desejo. O homem regenerado recebe de Deus uma nova natureza capaz de desejá-lo, mas o homem caído é escravo do pecado (Jo 8.34) e não pode escolher bem algum. Espiritualmente falando, isso não tira sua responsabilidade sobre o pecado, pois suas ações são motivadas por seus desejos e ele escolhe aquilo que é agradável à sua natureza, o mal que combina com o seu estado caído.

Quando o homem é regenerado, o Espírito Santo lhe dá a capacidade de decidir por Deus, contrariando a sua natureza pecaminosa, não significa que ele não irá mais pecar, pois sua velha natureza ainda habita nele, mas agora ele tem o “poder” de lutar contra ela, e, até ser glorificado, essas duas naturezas estarão em constante conflito no seu interior.

O poder de livre-escolha do homem, biblicamente não é a mesma coisa que o livre-arbítrio de Adão já que este podia escolher entre o bem e mal, enquanto aquele só pode decidir segundo sua natureza que é má. Mas graças a Deus que nos ama e providenciou para que em seus escolhidos nascesse o desejo de adorá- Lo.

Por Angércio Alexanzito

domingo, 11 de março de 2012

SEM CONDIÇÕES


Certa vez, ouvi a história de uma jovem cristã que havia sido chamada por Deus para a obra missionária. Sabendo disso, ela pediu à Deus que “adiasse” seu ministério para que pudesse casar. Já casada, novamente orou e pediu que pudesse criar seus filhos antes de atender ao chamado do Senhor. Depois de criar seus filhos, pensou: “Já estou velha, provavelmente existem pessoas mais jovens que poderão ser mais úteis para o Reino”. Trata-se de  uma ilustração, mas muitos cristãos estão fazendo isso hoje, seus corações estão repletos de condições diante do Pai. No pensamento deles, para fazer algo para a Obra, é necessário que Deus faça muitas outras em troca, recompensado-as, quando na verdade a Palavra apenas diz: “Ide”.

A Bíblia também contém uma história semelhante, narrada em Marcos 10, de um jovem que seguia à risca todos os mandamentos e leis, mas quando Cristo pediu para que dependesse somente dEle, colocasse toda sua esperança nEle, esse jovem recuou. É fácil julgar esse rapaz pela sua insensatez ou falta de fé, mas nós temos muito em comum com ele. Frequentemente queremos, antes de mais nada, um bom emprego, um bom salário, uma bela casa. Todas essas coisas são agradáveis(Ec 5:19), porém, quando a priorizamos em lugar do Reino de Deus, o que estamos praticando já não é mais Cristianismo. Será que a maioria dos jovens também vão às igrejas em busca de mudança do seu caráter, de renovação da sua mente, de buscar em Deus forças para lutar contra o pecado? Isso deve ser alvo de nossa preocupação.

Por fim, quero compartilhar uma simples experiência pessoal. Há dois anos, quando estava prestes a fazer a prova do vestibular, pensava: “Agora não estou tendo muito tempo, mas ano que vem, quando estiver na Universidade, vou me dedicar mais à Deus”. Quando entrei na Universidade, vi que aparentemente tinha menos tempo que antes e mais empecilhos ainda para me dedicar ao Senhor. Hoje, graças à Deus, aprendi que o problema não era o vestibular, nem mesmo a Universidade. Era eu. Não importa o quanto você pode estar ocupado no seu dia-a-dia, mas quando se quer fazer algo para Deus, o próprio Deus dá oportunidade para fazê-lo, mas para isso não devemos estabelecer condições, apenas servi-lo.   

Por Felipe Costa Holanda.


domingo, 4 de março de 2012

"IGREJAS" AMIGÁVEIS


“Prega a palavra, insiste a tempo e fora de tempo, corrige, repreende, exorta, com toda a longanimidade e doutrina."  (2Tm 4.2)

Algo que tem ficado cada vez mais raro nos púlpitos das igrejas evangélicas atuais é a pregação da verdadeira Palavra de Deus. As igrejas tem cedido às pressões deste século. A busca por adeptos, o desejo de líderes de ter uma “mega igreja”, a luta pela aceitação da sociedade, tem corrompido os sermões, que tem ficado cada vez mais “brandos”, bajuladores e “amigáveis”. Aliás “AMIGÁVEL” é como todo pastor deste século quer que sua igreja seja conhecida. É a lógica da propaganda, quanto mais atraente for meu sermão, mais pessoas vão falar bem dele, mais pessoas vão querer ouvi-lo e mais cheia fica a minha igreja.

Tudo bem se pra isso eu elimino da minha pregação algumas doutrinas ofensivas como pecado, condenação, inferno e se ao invés de longos sermões ameaçadores e cheios de deveres para cumprir eu faço apenas discursos de auto-ajuda, e formulas práticas e instantâneas de como se dar bem nesta vida mesmo que não queira Deus fazendo parte da minha, afinal Deus só quer que as pessoas sejam felizes, pois Ele é “amor”.

E assim segue a “igreja” pós-moderna corrompendo a Palavra de Deus em nome da satisfação humana, trocando a pregação por eventos de marketing, peças de teatro, espetáculos de circo, efeitos especiais de cinema... Vale tudo para arregimentar aqueles que não veem a igreja com bons olhos, mas que podem ser clientes em potencial, até se fantasiar de mundo para não ser reconhecido como igreja. E se as palavras igreja ou culto espantarem alguém a gente troca por reunião, conferência, salão, templo ou qualquer uma que seja mais suave, mais receptiva.

A verdadeira igreja não abandona a Palavra em nome de crescimento numérico ou aceitação social, nem deturpa a doutrina bíblica para parecer mais “amigável” e não ferir o ego humano. Pelo contrario a igreja prega a Palavra que destrói o ego humano, despedaça a auto-suficiência, tira toda pretensão de glória humana e glorifica a Deus, único merecedor de toda glória. A igreja celestial sofre pela verdade, se regozija de ser merecedora de padecer pela Palavra, sacrifica-se por Ela, não volta atrás por perigo, nem mesmo de morte.

Essa igreja politicamente correta não é a igreja fundada na doutrina dos apóstolos, mas sim a que foi fundada pelo mais sombrio desejo do homem de ser exaltado e glorificado. Nasceu da semente que foi plantada por satanás na natureza humana e o seu objetivo é desviar o homem da palavra relevada por Deus, assim como satanás desviou Adão e Eva.

O clamor do apóstolo a seu discípulo nos faz eco ainda hoje:

“CONJURO-TE, pois diante de Deus, e do Senhor Jesus Cristo, que há de julgar os vivos e os mortos, na sua vinda e no seu reino,
Que pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes, com toda a longanimidade e doutrina.
Porque virá tempo em que não sofrerão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências; E desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas.
Mas tu sê sóbrio em tudo, sofre as aflições, faz a obra dum evangelista, cumpre o teu ministério.
Porque eu já estou sendo oferecido o por aspersão de sacrifício, e o tempo da minha partida está próximo.
Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé.
Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda.“
(2 Tm 4.1-8)

Dá-nos amor pela tua palavra Senhor, e tira a comichão dos nossos ouvidos.

Por Angércio Alexanzito
   

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

SUFICIENTES EM DEUS


A tão famosa passagem de Filipenses 4, onde o apóstolo Paulo afirma que “tudo posso naquele que me fortalece” hoje me fez concluir uma coisa: o cristão é um ser suficiente em Deus.

Por mais que essa passagem seja muitas vezes mal interpretada, devemos atentar para o verdadeiro sentido dela. Paulo estava afirmando que ele podia passar por tudo porque o Senhor o fortalecia. Cuidado para não pensar que Paulo era triunfalista. Paulo não estufava o peito para dizer “Tudo posso!”. Creio eu que açoites, prisões, apedrejamentos, fugas e muita perseguição eram sinais claros do não triunfalismo humano... Se Paulo chegasse por aqui hoje talvez chamassem ele de coitadinho, talvez o reputássemos como esquecido de Deus, ou um pecador que não admitia o pecado... Quem sabe até ele recebe uma palavra de vitória, que um novo tempo de Deus estaria chegando.

Se isso acontecesse, creio eu, Paulo, no mínimo, iria abrir a Palavra e nos ensinar as bases do Evangelho, convidando-nos a nos arrependermos de nossa vida tão mundana e humana. Paulo iria nos ensinar que nossa suficiência deve estar em Deus e somente nEle!

Um cristão é aquele que não vê mais no mundo seus prazeres, seu gozo, sua esperança, sua vida... Pelo contrário, deleita-se na grandeza e na santidade de Deus, regozija-se pela misericórdia diariamente derramada por Deus e vive essa vida como peregrino, alegre e firme na esperança da pátria celestial.

Ser suficiente em Deus é difícil em um mundo tão longe de Deus, entretanto o Espírito Santo nos capacita e nos ajuda. Deus nos fortalece para passar por tudo sentindo nossa suficiência nEle!

Que tenhamos nossa suficiência em Deus! Ele é mais do que bastante! Ele nos sacia, nos ouve, nos salva, nos fortalece. Ele é suficiente, cristão!

Por Luiz Pereira

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

SINCRONIA NO CORPO DE CRISTO


Muitos já devem ter visto na televisão um desfile de soldados, tão tradicional para as Forças Armadas, principalmente no Dia da Independência. Nestes eventos, os militares desfilam de uma maneira tão sincronizada que aparentam ser um único corpo em movimento, ou mesmo membros de um corpo liderados por um único cérebro. Se pelo menos um soldado tiver a intenção de se destacar em relação aos outros, ele faz com que todo o grupo fracasse, pois o movimento diferente de um deles pode prejudicar a sintonia da tropa.

Acredito que, como soldados de Cristo que somos, o mesmo se aplica para nós na Igreja. Todos nós fazemos parte de um único corpo e somos liderados por um único cérebro, Jesus Cristo e tudo que fazemos deve ser feito em sintonia com os demais membros e em obediência ao nosso Mestre, visando o bem do Igreja e do Reino de Deus. Assim, para a Igreja se apresentar de maneira saudável e santa aos que estão “de fora”, apenas a observar, os cristãos devem estar unidos em um só propósito: a Glória do Pai.  Se ao menos um de nós quiser se destacar mais do que os outros, seja por dinheiro, ambição, cobiça, toda a Igreja é prejudicada.

Infelizmente, o que se vê em muitas igrejas brasileiras não está de acordo com o exposto acima, mas se vê frequentemente disputas entre
ministros por cargos, entre pastores por mais ovelhas (acompanhadas de suas doações financeiras), entre pregadores pela melhor oratória e até entre membros por uma “maior” santidade. Acredito que isso já foi profetizado por Cristo quando disse que, no princípio do fim, haverá irmão contra irmão e o amor se esfriará. Todos perdem com isso, e a Igreja no Brasil já perdeu muita credibilidade por causa das dissensões em seu interior.

Deste modo, cabe a cada um de nós orar pelas igrejas brasileiras, seus líderes e pregadores, para que mantenham o verdadeiro amor e em Cristo sejam Um. Não nos escondamos, “a oração de um justo muito pode em seus efeitos”. Para esse tempo Cristo nos fez, que essa nobre geração desperte para a verdadeira mensagem do Evangelho, que voltem às primícias e transformemos nosso país pela verdadeira pregação da Palavra.

Por Felipe Costa Holanda.