terça-feira, 23 de novembro de 2010

DÊ ADEUS AO EVANGELHO FALSO!


Estou lendo o livro de Jeremias, e fico intrigado ao imaginar o quanto o profeta foi usado pelo Senhor para anunciar Sua palavra àquele povo obstinado e o povo não atentou à voz de Deus. De todo modo eles tentaram calar a Jeremias: jogando-lhe em cisternas (Jr 38.6), injuriando-lhe para o prenderem (Jr 37.18) ou tramando sua morte (Jr 38.25).
Judá vivia um período muito delicado em sua história. A nação escolhida de Deus estava prestes a ser levada cativa à Babilônia, que àquela época, dominava praticamente todo o mundo oriental. O povo não admitia ir cativo, ser entregue nas mãos dos caldeus. Entretanto, o pecado que eles haviam cometido contra Deus era que estava fazendo com que isso acontecesse. Deus havia aliançado-se com Israel para ser o seu único Deus, mas Israel estava prostituindo-se com deuses pagãos. Apesar de Deus, pela sua infinita misericórdia, usar os profetas, como Jeremias, para um arrependimento genuíno, o povo recusou-se ouvir a voz do Altíssimo.
No meio do povo surgiram inúmeros falsos profetas. As palavras que eles diziam satisfaziam o ego deles, correspondendo ao desejo deles de não serem levados cativos. Mas aqueles eram profetas falsos, que pregravam só ilusão. O que eles falavam não era de acordo com a Palavra de Deus, e não se cumpriria. Israel iria cativo, e realmente foi, pois não se arrependeu. Jeremias, como voz de Deus, não profetizava mentiras, e sim a verdade, por isso, era perseguido.
Trazendo para contexto atual, vivemos tempos do fim, e é bíblico levantarem-se muitos falsos profetas. São pessoas que se dizem usadas por Deus mas que não pregram a verdadeira mensagem dEle. Auditórios lotados, multídões cativas, muita música, bonitos templos, produção de ponta, entretanto, pouco Evangelho. É muito mais falar sobre prosperidade, riquezas, promessas e vitórias do que conclamar o povo a seguir a Cristo. Prometer “mundos e fundos” alegando ser Deus o grande doador, sem levar ninguém aos pés da cruz. Talvez a cruz esteja estampada em templos, e até mesmo pendurada em pescoços, mas a mensagem que ela transmite está longe do coração. Interesses humanos inspiram falsas teologias, que enganam a muitos.
A Palavra da verdade, o sacrifício de Cristo, o sacrifício diário que nós devemos fazer, recomendado por Cristo em Mateus 10.38,39, está longe destes púlpitos. Multidões gostam de entretenimento, e desde quando a Palavra real, “mais penetrante que espada de dois gumes” é entretenimento? Carros novos, reconhecimento humano, emprego bom, vida social, e muitas outras dádivas humanas para cristãos carnais são ofertadas. A abundância de vida e a prosperidade espiritual de Jesus são desprezadas e esquecidas. A mensagem do sofrimento por amor a Cristo não sustentam “pequenas igrejas, grandes negócios”. Até parece que nunca leram Mateus 6.19 “Não ajunteis para vós tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem corroem e o ladrão rouba”. Não afirmo que ser rico seja pecado. O pecado reside quando pomos o dinheiro na frente de Deus. “Aonde está o seu tesouro ali está o seu coração.” (Mt 6.21).
Mensagens falsas arrastam multidões, ludibriam a muitos com um Evangelho ralho e geram cristãos frios e doentios. Já está mais do que na hora de nos levantarmos para levar o Evangelho. Quero desafiar você a pregar a Verdade! A verdadeira cruz, o verdadeiro Jesus, o verdadeiro amor, o verdadeiro sacrifício, a verdadeira Vida, que é eterna ao lado do nosso Mestre! Talvez o seu público não seja grande. Talvez você seja enxotado, perseguido como Jeremias. Talvez não queiram te ouvir, pois a Verdade mexe com a alma, toca na ferida, mostra o pecado, mas se vier acompanhada de um coração aberto, encontrará morada e frutificará, restaurando a vida.
Encorajo-te a ser boca de Deus nessa geração para participar do mover que Deus está fazendo nesses dias, conclamando o povo a viver a verdadeira vida cristã baseada na fé e pregando o verdadeiro Cristo, que vive, reina e em breve voltará!
Maranata!
(Por Luiz Pereira)

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

EM QUE NOSSA FÉ ESTÁ BASEADA?



Em que(m) cremos e o que (a quem) esperamos?
Não se pode nem se deve basear a convicção da fé no que Deus pode ou não fazer por nós. Milagres são temporais, Ele é Eterno. Prodígios são lampejos de sua glória, que é infinita e vai além do que os olhos carnais podem contemplar aqui.
Fé baseada em milagres dificilmente gera compromisso, caso contrário a nação de Israel a muito teria se convertido a Deus, desde o Mar Vermelho até ao próprio Cristo. A sede por sinais nunca passa, há sempre quem queira ver mais. No entanto, somos desafiados a andar não por vista. Esperança que se comprova à vista não é esperança.
Deus é muito mais e tem muito mais para nós do que portas e portas abertas... Há tesouros e riquezas insondáveis em Sua Pessoa para nós. E é disso que se deve querer desfrutar.
Sem alcançar o lado oposto repleto de auto-piedade, deveríamos nos interessar muito mais por acompanhar as pisadas daqueles que morreram e deixaram unicamente um exemplo a ser seguido - de fé, de vitória em Cristo.
Paulo, que colecionou acoites e prisões por amor a Cristo, disse no fim de tudo: acabo a carreira e guardo a fé. E tinha "currículo" pra descrever em páginas e páginas algumas dezenas de milagres que Deus operara através dele. Isso, no entanto, ficou por conta do Mestre. Seu amor e sua vida estavam centrados Nele. O "resto", apenas conseqüência e, como tal, inevitável.
E o que dizer dos três jovens judeus no império da Babilônia que se mantiveram de pé mesmo sob a ameaça de serem lançados na fornalha? Não houve revelação prévia do livramento que Deus lhes daria. A fé deles se mostrou no compromisso de ir com Deus até o fim, mesmo que o fim fosse a morte.
Oro a Deus pra que ferva no coração desta geração de cristãos um compromisso como esse.
Não uma fé mercantilista, não um louvor com pretensão de receber recompensas... Mas uma fé que resulte em compromisso com o Reino, simplesmente. O Reino em nós e através de nós.
Para levar luz aos que estão em trevas, esperança e vida para almas que estão indo para serem mortas de uma vez por todas sem ter quem as livre.
Neste tempo falta-nos compreender plenamente o que Paulo diz: O Evangelho é o poder de Deus para SALVAÇÃO de todo aquele crê.
Poder e fé para salvação, para libertação: o milagre que começa aqui e transpassa o tempo e as eras alcançando a eternidade, fazendo aumentar as fileiras dos santos que herdarão os céus, a herança incorruptível.
(Por Caroline Vieira)

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

MOLDADOS PELO OLEIRO


Dia desses, um fato corriqueiro me trouxe uma grande tristeza. Alguém me falou que eu não pareço com Cristo em algumas ações que faço. Como doeu ouvir aquelas palavras. Estamos caminhando aqui nesta terra rumo à perfeição, a ser achados segundo o coração de Deus, e ouvir aquilo foi um grande “balde de água fria” pra mim. O inimigo realmente nos tenta de qualquer forma desviar-nos, tirar-nos do alvo. Mas o Senhor me confrontou (e consolou) com o seguinte texto do livro de Jeremias:

“Como o barro na mão do oleiro, assim sois vós nas minhas mãos, ó casa de Israel.” 
(Jr 18.6)

Fui consolado por este texto porque reconheci sua soberania sobre minha vida. Quantas vezes usamos justiça própria para dizer como está o nosso nível de relacionamento com Deus, ou para achar que somos aqueles cristãos perfeitos. O Senhor realmente deseja que alcancemos a perfeição. Mas é um processo. O imediatismo muitas vezes nos impede de reconhecermos estações em nossas vidas.
O Senhor estava falando, através de Jeremias, que Ele tinha o domínio sobre Israel. O oleiro tem domínio sobre o barro, e faz o vaso de acordo com a sua vontade, preparando-o para o objetivo específico que quer daquele vaso. Se o vaso está ficando como não lhe agrada, então quebra o vaso, e reinicia, da argila novamente, até chegar ao produto desejado.
É difícil reconhecermos quando estamos nas mãos do nosso grande Oleiro. Nossa vaidade muitas vezes nos impede de ver sua mão tocando, agindo, moldando nosso ser conforme sua vontade. E muitas vezes brigamos com o nosso fabricante, como se o barro pudesse fazer algo para impedir o trabalho do oleiro. A lição que aprendo da casa do oleiro é essa: tudo que passamos aqui faz parte de um processo de fabricação, com o objetivo de sermos vasos perfeitos, prontos para toda boa obra (2 Tm 2.21). Quando não estamos [ainda] de acordo com a vontade do Pai, Ele nos quebra, volta-nos ao pó, mostra sua soberania sobre nós e reinicia o trabalho, até que estejamos prontos para o que Ele quer fazer através de nós.
A caminhada de cada cristão pode-se comparar ao processo de fabricação do vaso. O oleiro vai tirando as imperfeições do vaso, usando métodos que até podem a priori nos magoar, como o “balde de água fria” do início do texto, e pode até nos quebrar por completo, mas estamos certos de que Ele nos refaz, e transforma-nos para que sejamos instrumentos para honra, vasos para Sua glória. A perfeição nós alcançaremos nAquele dia, onde encontraremos nosso amado e soberano oleiro, que se alegrará a nos ver, frutos do seu trabalho, santos e imaculados, vitoriosos com Ele.

“Ele verá o fruto do penoso trabalho de sua alma e ficará satisfeito.” (Is 53.11a)

Que nós possamos estar nas mãos do oleiro, preparando-nos para cumprirmos todos os propósitos dEle em nossas vidas aqui na terra. Termino esse post com uns versos da Ana Paula Valadão:

“Teu amor me desfaz,
quebra tudo e faz de novo,
e de novo teu amor me refaz.”
(Por Luiz Pereira)

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

REFORMANDO POR GRAÇA - Um pouco mais sobre a reforma


Devemos reconhecer a Reforma como um movimento operado por homens falíveis, mas poderosamente utilizados pelo Espírito Santo de Deus para resgatar suas verdades e preservar a sua igreja. Não devemos endeusar os reformadores nem a Reforma, mas não podemos deixá-la esquecida e nem deixar de proclamar a sua mensagem, que reflete o ensinamento da Palavra de Deus aos dias de hoje. A natureza humana continua a mesma, submersa em pecado. Os problemas e situações tendem a repetir-se, até no seio da igreja. O Deus da Reforma fala ao mundo hoje, com a mesma mensagem eterna. Devemos, em oração e temor, ter a coragem de proclamá-la à nossa igreja.
Hoje, 493 anos depois do início da Reforma, muitas igrejas chamadas evangélicas têm sofrido de males semelhantes ou piores aos da igreja da Idade Média: pessoas que se dizem cristãs continuam vivendo no pecado e líderes famosos estão ensinando doutrinas que não se encontram na Bíblia. Diante de tal apostasia e pecado, temos certeza de que precisamos de um avivamento hoje em nossas vidas e igrejas, um mover soberano e sobrenatural de Deus, derramando sobre nós do Seu Espírito e levando-nos de volta às verdades abandonadas da Palavra de Deus.
Podemos refletir em coisas simples, para mostrar a maravilha da transformação de vida que o Senhor Jesus proporciona ao nos tornarmos cristãos espelhados nEle, assim como foram os reformadores, mesmo com todos os defeitos humanos que tiveram, e que nós também temos em nós.
 (Texto publicado no informativo Ee-taow Novembro 2010)