Como encontrar tempo para servir ao outro
nessa vida tão corrida? Em quem podemos confiar? O mundo hoje é muito perigoso!
Como eu sei se a pessoa está falando a verdade? Quem sabe se as intenções dela
são boas ou más?
Vivemos em uma época em que as ocupações
diárias e a falta de tempo moldam as nossas atitudes. Vivemos apressados,
assustados, inseguros e preocupados. Isso faz com que nossa essência se perca,
deixamos de lado a prática e vivemos agarrados com a teoria. Esquecemos ou, quem sabe, não compreendemos o
que dizem as Escrituras. Agimos semelhantes a certo doutor da lei citado em
Lucas 10:25-37, que sabia mecanicamente o que estava escrito na lei, mas não
compreendia o que a lei queria dizer. A pergunta que ele faz a Jesus pode nos
levar a pensar que aquele homem vivia tanto de “decorar” a lei, mas no seu
coração ela não estava.
“Quem é o meu próximo? (v.29)”. Quantos
de nós já fizemos essa pergunta? Eu devo amar aquele homem imundo, bêbado,
drogado, aquela homossexual que passa por mim todos os dias e finjo nem ver?
Sim, e devemos amar como a nós mesmos! (v.27). Eles podem estar em estado
repugnante, sujos, feridos, quase mortos, mas devemos lembrar que a diferença
entre estar ”quase morto” e estar vivo pode ser somente um Bom Samaritano!
Jesus conta que um homem descia de
Jerusalém para Jericó, quando foi assaltado, ferido e deixado no meio do
caminho para morrer. O deixaram “quase morto”. Passou por aquele caminho um
sacerdote que vendo aquele homem passou longe dele e assim, da mesma forma, fez
o levita. Até que um samaritano que ia de viagem chegou perto dele
compadeceu-se limpou suas feridas e cuidou para que ele se recuperasse.
(v.30-35).
Nos encontramos com “quase mortos” pelas
ruas todos os dias e nos assemelhamos a quem: ao bom samaritano ou aos outros?
Quando vemos aquele “quase morto” ainda pequenininho e atravessamos a rua com
medo de sermos assaltados ou para não sermos importunados, reconhecemos nele o
nosso próximo? Ou é melhor ser nosso próximo aquele irmão de terno limpo, que
anda de carro novo? O nosso preconceito e a nossa falta de sensibilidade ao
Espírito Santo de Deus tem tornado difícil amar o nosso próximo e feito com que
milhares de “quase mortos” morram realmente, sem conhecer o amor de Deus.
Aquele bom samaritano não tinha motivo
nenhum para ajudar aquele homem. Não iria ter nenhuma recompensa, mas mesmo sem
conhecer ou investigar sobre as origens ou a índole dele teve piedade daquele
homem. E se aquele homem fosse um judeu? Ora, bem sabemos que judeus e
samaritanos eram inimigos. O bom samaritano não se importou com isso nem mediu
esforços para interromper sua viagem e ajudar. Ele gastou tempo e o dinheiro equivalente
a dois dias de trabalho (v.35) para salvar a vida daquele homem que não era nem
seu parente e muito menos seu amigo. Talvez aquele homem não compartilhasse a
mesma tradição, fé e costumes que ele, porém o bom samaritano foi o consolo, o
apoio, a cura.
Para você quanto custa trazer um “quase
morto” novamente à vida? Quem tem entrado na sua lista de “próximos”? Sempre
fomos sustentados pelo amor e amar ao próximo é o mínimo que devemos fazer.
Afinal podemos sim, ser a cura e o consolo para aqueles que precisam, e deixar
que o mundo veja que somos imagem e semelhança do nosso grande Deus!
Por Sarah Nobre