Conta-se na Bíblia a história de dois discípulos
de Jesus que saíam de Jerusalém em direção a Emaús logo após um fim de semana
conturbado. Jesus, a esperança de muitos, havia sido morto. Seus discípulos
estavam preocupados e frustados por tudo que havia ocorrido. Esses dois íam a
Emaús não sei porque, pois penso que deveriam ficar no convívio com os irmãos.
Na comunhão com os irmãos nos consolamos e aumentamos nossa fé. Mas Deus tinha
algo pra fazer com eles naquela viagem… uma conversa com o próprio Jesus.
Seus olhos estavam como fechados, e trataram o
Mestre como um peregrino que havia ido a Jerusalém para o sacrifício anual sem
ter atentado para os fatos que se desenrolaram na cidade e mudariam pra sempre
a história da humanidade. Como descrito por eles, havia morrido Jesus, a
esperança de libertação do povo judeu. Os sacerdotes o haviam julgado e
crucificaram-no. “Foi naquela tarde em que teve o terremoto e que escureceu as
3 da tarde, você se lembra?” talvez tenha dito um, sobre o horário da morte de
Cristo. Os sacerdotes os haviam matado pois esperavam um Messias que libertasse
Israel do governo romano. Um grande líder. Não concebiam a ideia de um Messias
nascido em uma manjedoura, criado em Nazaré, filho de carpinteiro, que mostrava
ensinamentos práticos e cumpria a Ele. É, Jesus é o fim da lei. Nele se cumpriu
toda a Lei imposta por Deus através de Moisés.
O viajante mostrou que conhecia as Escrituras e
passou a discorrer sobre o Messias em toda a Bíblia. Era necessário que Ele padecesse
tudo aquilo para que se cumprissem a Palavra dita pelos profetas. Isaías 53
teria que ‘sair do papel’, e realmente saiu. Cristo cumpriu a Escritura. Levou
nossos pecados, morreu por nós – o castigo que nos traz a paz estava sobre Ele.
Aliás, Cristo é o tema central da Bíblia. Tudo converge para Ele. Tudo leva ao
plano maravilhoso de Deus para recuperar o relacionamento com o homem. O véu
estava rasgado, e a graça de Deus, por Cristo, alcança a humanidade hoje!
Chegaram a Emaús, e o viajante queria passar
adiante. ‘ô rapaz, não vá não... fique conosco, que já é tarde’ talvez tenha
sido as palavras de um para o andarilho. E este ficou mesmo. Partiu o pão, o
deu graças e desapareceu! Eles agora reconheciam que era o Cristo, o Mestre
ressureto. ‘Será que eu não reparei nos buracos em suas mãos?’ suposições de
falas... Chega disso... vamos à frase mesmo dita por eles: “Será que não ardia
em nosso coração quando ele falava sobre as Escrituras?” Ele não sentiram o
coração arder com as palavras do Mestre. Que absurdo! Absurdo também é nós não
sentirmos nosso coração também arder pelo sacrifício de Cristo. Absurdo quando
não lembramos que aquela cruz era pra ser nossa, quando esquecemos que o sangue
derramado era para ser o nosso. O castigo era pra ser nosso... era a justiça de
Deus pelos nossos pecados. Mas o Filho dEle morreu em nosso lugar.
Será que não arde em nosso coração tudo isso
nesses dias que é comemorada a Semana Santa? Ou será que esquecemos o
sacrifício de Cristo o ano inteiro e só lembramos nesses dias? Que erro o nosso
se assim fazemos! Ele deu o seu melhor para nos trazer de volta à vida. Morreu
mas ao terceiro dia ressuscitou. O túmulo está vazio. A cédula de acusação
paga. Que todo dia nos lembremos do Grande Sacríficio. Que arda em nossos corações
um amor imenso por esse amor. Que estejamos gratos pelos cravos e pela pedra
removida. Que nosso coração se encha de amor por Ele, e nos entreguemos
completamente, correspondendo a tão grande Amor!
Nos deste teu
melhor,
Jesus, Cordeiro
de Deus,
Queremos
corresponder a este amor,
Recebe nossa
entrega, Senhor.
Texto base (Lc 24.13-32)
Por Luiz Pereira
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