segunda-feira, 15 de agosto de 2011

ATOS OUSADOS


É, caro leitor, o tempo não está muito, e a inspiração também não, mas hoje li algo muito interessante que gostaria de compartilhar com você.

Estou lendo o livro de Atos. Atos não é um livro pra você ler quando deseja fazer um devocional, quando quer parar e orar palavras belas. Não é um livro de quebrantamento. Pelo contrário, Atos é um livro ousado. O escritor, Lucas, apresenta os fatos de uma maneira muito clara numa narrativa muito gostosa de se ler. Mas até parece que o intuito é mostrar a boa escrita de Lucas... Não, o intuito de Atos é mostrar a ousadia dada pelo Espírito Santo aos nossos irmãos da igreja primitiva.

Foram eles que estiveram com o Mestre. Muitos foram testemunhas oculares dos milagres, da morte e da ressurreição de Jesus. É no livro de Atos que começa a se cumprir a promessa feita a Abraão: “Em ti serão benditas todas as nações da terra” (Gn 12.3). Cristo veio para trazer a salvação ao homem, mas ele tinha que morrer. Após sua morte e ressurreição, levantou-se nessa terra um grande exército para levar as boas novas a todas as nações da terra. Não se iluda: a igreja primitiva não era perfeita, tinha seus problemas. Ainda muitas coisas que precisavam ser bem definidas. O Evangelho aos gentios, talvez, seja o mais famoso exemplo do que gerou muita discussão. Também não pense que haviam só supercrentes naquela época. O que havia naquela época eram ‘Jesus Freaks’: loucos por Jesus. Eles testificaram tudo e não podiam ficar calados. Eles arriscavam as suas vidas para anunciar a verdade. Seguiam a ‘seita do Nazareno’, estavam no ‘Caminho’, e que caminho bom esse, que leva pro céu.

Quero me prender ao episódio narrado nos capítulo 25 e 26. Sinceramente, Paulo era um sujeito arretado para usar nossa linguagem. Paulo era extremamente ousado. Estava perante o tribunal para ser julgado por algo que não tinha feito, uma acusação que vinha dos judeus que apenas temiam a expansão do cristianismo, mas como Gamaliel falou “Se essa obra for de homens, parará, mas se for de Deus, por mais que tentem, não a poderão parar.” Então, Paulo estava sendo julgado por Festo. Este não viu nada de errado nele, e queria soltá-lo, mas Paulo, como cidadão romano, havia apelado para César. O rei Agripa e Berenice visitaram Festo, souberam por cima da história de Paulo, e ficaram curiosos por saber mais. No dia seguinte, Paulo foi chamado para defender-se.

Engraçado é a defesa de Paulo. Ele começa calmo, elogiando o rei, contando um pouco de sua vida pré-encontro-no-caminho-de-Damasco e depois expõe o Evangelho de uma maneira tão linda e arrebatadora que nos impressiona. Nada além do Evangelho. Ele não usou teorias, não usou histórias inventadas. Ele só falou o Evangelho. Ah que saudade de ouvir só o Evangelho em nossos cultos... tão suficiente, tão penetrante, tão marcante. Ao fim do discurso, Agripa até sarcasticamente brinca com ele dizendo que Paulo quase o havia persuadido ele a virar cristão, mas Paulo, com uma intrepidez maior ainda, diz: “Prouvera Deus que, por pouco ou por muito, não somente tu, mas todos quantos hoje me estão ouvindo se tornassem tais como eu sou, exceto essas cadeias.” (26.29)

Se fosse nos dias de hoje, diríamos que Paulo calou a boca de Agripa. Essa resposta de Paulo não foi nada mais nada menos do que uma demonstração de seu anseio por ver pessoas salvas. Ele era um louco por Jesus e queria ver mais gente também compartilhando da salvação. Que os nossos corações também queiram isso. Que anseiemos profundamente por ver pessoas convertidas a Cristo, com a mente cativa à Cruz, apaixonadas por Jesus. Que Paulo, e os tantos exemplos citados em Atos nos inspirem a amar mais os perdidos e nos doarmos para que ajudemos a aumentar no céu a quantidade de salvos!

Que sejamos loucos por Jesus. Que nossa geração fique marcada, não de palavras de persuasão, mais de ações, que mostram o quanto amamos nosso Mestre e se importamos com o Seu Reino!

Abraço fraternal,

Luiz Pereira.


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