segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

A PARÁBOLA DOS TALENTOS

Em Mateus 25.14 a 30, o Senhor Jesus Cristo nos apresenta a seguinte parábola:

“Pois será como um homem que, ausentando-se do país, chamou os seus servos e lhes confiou os seus bens. A um deu cinco talentos, a outro, dois e a outro, um, a cada um segundo a sua própria capacidade; e, então, partiu. 16O que recebera cinco talentos saiu imediatamente a negociar com eles e ganhou outros cinco. Do mesmo modo, o que recebera dois ganhou outros dois. Mas o que recebera um, saindo, abriu uma cova e escondeu o dinheiro do seu senhor. Depois de muito tempo, voltou o senhor daqueles servos e ajustou contas com eles. Então, aproximando-se o que recebera cinco talentos, entregou outros cinco, dizendo: Senhor, confiaste-me cinco talentos; eis aqui outros cinco talentos que ganhei. Disse-lhe o senhor: Muito bem, servo bom e fiel; foste fiel no pouco, sobre o muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor. E, aproximando-se também o que recebera dois talentos, disse: Senhor, dois talentos me confiaste; aqui tens outros dois que ganhei. Disse-lhe o senhor: Muito bem, servo bom e fiel; foste fiel no pouco, sobre o muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor. Chegando, por fim, o que recebera um talento, disse: Senhor, sabendo que és homem severo, que ceifas onde não semeaste e ajuntas onde não espalhaste, receoso, escondi na terra o teu talento; aqui tens o que é teu. Respondeu-lhe, porém, o senhor: Servo mau e negligente, sabias que ceifo onde não semeei e ajunto onde não espalhei? Cumpria, portanto, que entregasses o meu dinheiro aos banqueiros, e eu, ao voltar, receberia com juros o que é meu. Tirai-lhe, pois, o talento e dai-o ao que tem dez. Porque a todo o que tem se lhe dará, e terá em abundância; mas ao que não tem, até o que tem lhe será tirado. E o servo inútil, lançai-o para fora, nas trevas. Ali haverá choro e ranger de dentes”.

O que é o talento? Do lat.  talentum  - peso (30 kg de prata), e moeda da antiga Grécia  e  Roma (= 6.000 denários). Aplicamos metaforicamente desta parábola o termo talento para relacionar com a aptidão, a capacidade natural do indivíduo.
Ao lermos esta parábola nós vamos encontrar incontáveis verdades para a nossa vida espiritual, moral e social. Jesus sempre usou este método para ensinar sobre os termos do Reino dos céus. Tendo a nossa mente sensível ao Espírito Santo, podemos navegar (não fantasiosamente, mas ladeados pela responsabilidade) por um universo de aplicações que vem trazer à nossa alma maturidade e comprometedora responsabilidade com a nossa salvação. Descortinemos algumas das profundas verdades.
Um homem responsabilizou, ou confiou diferentes valores para que negociassem enquanto fazia uma certa jornada.  Podemos compreender que este homem é o próprio Cristo, que após cumprir a sua jornada aqui na terra ausentou-se por um determinado tempo. Podemos refletir que os talentos são os meios que Deus nos deu para assistir o nosso aperfeiçoamento na salvação e os dons que nos favorecem para o trabalho de evangelização aqui na terra.
A um entregou cinco, o qual granjeou outros cinco; a outro entregou dois, o qual granjeou outros dois, e ambos foram louvados pelo seu senhor: “... Muito bem, servo bom e fiel; foste fiel no pouco, sobre o muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor”. Eles, pois, valorizaram e souberam usar bem o que lhes fora confiado. Aproveitaram as oportunidades com o uso de suas capacidades. Ao terceiro deu um só talento, o qual ele enterrou, o e restituiu inteiro, porque não tinha negociado com ele. O nobre senhor anunciou ao mau servo a sua condenação: não só o lançou fora como também o privou do talento: “...Tirai-lhe, pois, o talento e dai-o ao que tem dez... lançai-o para fora, nas trevas. Ali haverá choro e ranger de dentes”.  
Observemos o comportamento desnecessário daquele servo: “Mas o que recebera um, saindo, abriu uma cova e escondeu o dinheiro do seu senhor”. Ele não valorizou as oportunidades, privilégios e mordomia em relação a obra do seu senhor. Aquele senhor não compreendeu, ou melhor: não aceitou o descaso para com o talento dado por aquele servo. Era pouco, mas era esta a sua capacidade.
Devemos ter cuidado com as coisas do Senhor Jesus na sua ausência, ainda que pareça que esteja demorando a voltar (Lc 12.45). Aquele servo não valorizou o que recebeu. Seus recursos eram poucos, concluiu ser desnecessário seu uso. Ouvi alguém dizer esta frase em uma mensagem: “Os talentos e os dons são para serem usados independente de quantidade, pelo contrário, ainda que pouco, temos que empregar maior qualidade possível em seu uso”.
É injustificável afirmar que não há lugar para aplicar “...Senhor, sabendo que és homem severo, que ceifas onde não semeaste e ajuntas onde não espalhaste”.Recebe-se das mãos de Deus e a Ele temos que devolver, pois sempre há lugar para ser aplicado: “... Cumpria, portanto, que entregasses o meu dinheiro aos banqueiros, e eu, ao voltar, receberia com juros o que é meu. Este servo foi tão irresponsável, que ainda quis validar o seu fracasso culpando o seu senhor:”... sabendo que és homem severo”. Sua punição não foi simplesmente porque o seu senhor era severo, mas por que ele, como já dito, foi irresponsável para com aquilo que lhe foi confiado.
Há, porém, uma profunda promessa para os que cuidam bem dos seus talentos: “... Porque a todo o que tem se lhe dará, e terá em abundância”. Jesus já nos deu o verdadeiro sentido da vida. Já nos deu eterna salvação, restando-nos apenas sermos fiéis até o fim. Lembre-se: os dons são perfeitos, são dados por Deus (Tg 1.17). Não os negligenciem, não os enterrem. Haveremos de comparecer diante do Senhor Jesus (2 Co 5.10), e devemos, por gratidão falarmos incessantemente do seu amor, da sua obra expiatória no calvário para a salvação da humanidade. AMÉM!
(Por Ev. Wellington Lopes Cardoso)

Nenhum comentário:

Postar um comentário