segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

RETRATOS DO AMOR DE DEUS


É evidente que a relação de amor do Criador para com sua criatura é único, ímpar e sem comparação, mas o nosso frágil poder de pensar e imaginar pede-nos que façamos algumas analogias para compreendermos melhor a profundidade do amor de Deus para o homem.


“Desci à casa do oleiro e eis que ele estava entregue à sua obra.” (Jeremias 18:3)

A relação de Deus com o homem é retratada na passagem em que Jeremias vai à casa do oleiro. Assim como o oleiro não se satisfaz em ver sua obra desmanchando-se imperfeita e torna a modelá-la, nós somos também obra de arte divina na qual ele trabalha e não ficará satisfeito até que apresentemos determinado caráter. Ao fazer um rabisco simples, um artista talvez não se importe com as imperfeições, mas quando faz a obra de sua vida, o quadro que ele ama, ele irá esforçar-se infinitamente para obter sua obra prima. Talvez se o quadro ou o vaso fossem dotados de sentidos não desejasse ser quebrado, remodelado, raspado, repintado pela décima vez, preferindo ser apenas um esboço que fosse terminado rapidamente, da mesma forma é natural querermos que Deus nos dê um destino não tão árduo, mais fácil e menos glorioso. Isso não é querer mais amor e sim menos.

“Ó pequenino rebanho” (Lucas 12:32)

Outro bom exemplo de amor é o que o homem tem por um animal, este melhor que o primeiro porque o objeto amado é dotado de sensibilidade. A relação, por exemplo, entre um homem e um cachorro pode nos ensinar sobre o amor de Deus.

Em primeiro lugar o homem amansa o cão para poder amá-lo e não para que o cão o ame. Ele o adestra para que o cão possa servi-lo e não ele ao cão. No entanto os interesse do cachorro não são sacrificados em favor do homem.  O homem interfere na natureza do cão para torná-lo mais amável do que ele seria no seu estado natural, banha-o, ensina-o a fazer as necessidades no lugar certo, ensina-o a não roubar as coisas para que possa amá-lo interiormente. O filhote se pudesse raciocinar talvez poria em dúvida a bondade do homem, mas depois de crescido saudável, maior e com mais tempo de vida que um cão selvagem, estaria totalmente agradecido e amaria ao homem que cuidou e o adestrou.

“Porque o pai ama ao filho” (João 5:20)

Jesus muitas vezes usou a analogia do amor de um pai para o filho para expressar o amor de Deus para o homem, mas é importante salientar que na época em que Jesus pregava a autoridade paterna ocupava um lugar bem mais elevado que nos nossos dias. O amor neste símbolo significa amor autoritário de um lado e amor obediente do outro. O pai que ama utiliza de sua autoridade para fazer do filho o que ele, com sua sabedoria superior, deseja que o filho seja. Não é amor o que sente um pai que diz: “Amo o meu filho, mas não me importa que seja um canalha, contanto que esteja satisfeito e se divirta.”

“Também ame a sua própria esposa.” (Efesios 5:23)

Assim como o homem ama a sua esposa, Deus ama a humanidade.  O amor, por sua natureza, exige o aperfeiçoamento do objeto amado. Quando nos casamos deixamos de nos preocupar com nossa mulher, se ela é limpa ou desleixada, bonita ou feia? Pelo contrario, aí é que começamos a nos preocupar. Ou será que alguma mulher considera prova de amor o fato de seu marido ignorar sua aparência ou não se preocupar com ela? O amor pode amá-la ate quando a beleza se perder, mas não porque se perdeu. Pode perdoar as fraquezas, mas não querer que não sejam eliminadas. O amor é mais sensível que o próprio ódio às imperfeições no ser amado. O amor é o que mais perdoa, mas é o que menos fecha os olhos para o erro. Ele se satisfaz com o pouco, mas exige tudo.

Deus não ama o homem apenas com uma preocupação desinteressada ou uma preguiçosa benevolência que deseja que você seja feliz a sua maneira, mas com o amor que criou os mundos e não poupou o seu Filho para nos resgatar.

Que Deus nos ajude a conhecer o tamanho, a largura, a altura e a profundidade do Seu amor.

(Por Dc. Angércio Júnior - 
Baseado no Livro "O problema do sofrimento" de C. S. Lewis)

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