quinta-feira, 5 de maio de 2011

O RIO E O COMODISMO


A visão que Deus dá a Ezequiel, narrada no capítulo 47, é algo bem confrontador para nós. Já tantos pregadores basearam suas mensagens e estudos nesse texto, mas não é por isso que não podemos extrair mais dessa passagem.

O profeta é levado à beira de um rio e em seguida é posto em várias partes do rio. Primeiro, as águas tocam-lhe apenas os tornozelos, depois, os joelhos, os lombos e por fim ele já não podia ficar no rio senão nadando: eram muitas águas. Quando aceitamos a Jesus, como diz a Sua palavra, rios de águas vivas fluem do nosso interior. Jesus é a fonte de vida, é a fonte dessas águas vivas. Começamos a experimentar o rio de Deus em nossas vidas, o rio de vida, o rio de cura.

Entretanto, podemos ficar acomodados no nosso nível de avanço no rio. Talvez seja confortável estar apenas com os tornozelos molhados. Talvez seja mais fácil apenas receber o que Deus deu às outras pessoas, ouvir uma pregação, assistir um vídeo edificante, ler um post. É mais cômodo, convenhamos. Quem sabe avançamos mais um pouco, ficamos com a água nos joelhos. E lá estamos, tranquilos, indo à igreja, participando de campanhas, dizimando. Tudo está muito bem nesse nível. Se avançarmos um pouco mais talvez não tenhamos mais o controle... ou não... água nos lombos ainda nos deixa cômodos e confortáveis. Um ‘boa noite’ para o Senhor, um agradecimento, um ritual... não queremos perder o controle, ainda que as canções do meio gospel sejam de entrega total, de rendição ao Senhor, cantamos de boca para fora.

O Senhor deseja falar. É óbvio isso. Até o mais cético concordará comigo. Entretanto, porque não ouvimos Sua voz? Será que a mão dele está encolhida, contrariando o que diz Isaías? Acredito que não. A culpa está em nós não pararmos com Ele. O erro está em ficarmos acomodados com o nosso relacionamento com Ele. Do jeito que está está bom. E perdemos a oportunidade de verdadeiramente mergulhar no rio de Deus, de nos perdermos em suas águas purificadoras. Perdemos a oportunidade de experimentar o infinito de Deus. Deus tem mais. Mais graça, mais misericórdia, mais poder, mais unção, mais fé, mais, mais, mais... Ele não quer guardar para si. Ele quer nos dar. Mas há um preço a ser pago para que experimentemos dEle. Há a renúncia de momentos de sono para estar em oração. Há a renúncia de um momento de diversão ou até mesmo de estudo por um tempo a sós com Ele. É necessário renúncia quando estamos nadando no Rio de Deus.

Mas essa renúncia vale a pena. Vale a pena ser levado pelo Rio de Deus. Vale a pena um momento a mais de oração. Só por Deus, não por bênçãos... só por Deus. O único interesse é Deus, simplesmente. Quando o Rio flui em nós, quando estamos nadando nesse Rio, vida transborda de nós e alcança até o que está morto.

Temos a opção de vivermos mediocremente, num cristianismo ralo, pura religiosidade, ou vivermos para Deus, experimentando da Sua plenitude. Vivendo em Deus. Nadando no Rio de Deus e transbordando vida. O que vamos escolher?

Mergulhe e aprecie sem moderação o Rio de Deus!

Por Luiz Pereira

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