A visão que Deus dá a
Ezequiel, narrada no capítulo 47, é algo bem confrontador para nós. Já tantos
pregadores basearam suas mensagens e estudos nesse texto, mas não é por isso
que não podemos extrair mais dessa passagem.
O profeta é levado à
beira de um rio e em seguida é posto em várias partes do rio. Primeiro, as
águas tocam-lhe apenas os tornozelos, depois, os joelhos, os lombos e por fim
ele já não podia ficar no rio senão nadando: eram muitas águas. Quando
aceitamos a Jesus, como diz a Sua palavra, rios de águas vivas fluem do nosso
interior. Jesus é a fonte de vida, é a fonte dessas águas vivas. Começamos a
experimentar o rio de Deus em nossas vidas, o rio de vida, o rio de cura.
Entretanto, podemos
ficar acomodados no nosso nível de avanço no rio. Talvez seja confortável estar
apenas com os tornozelos molhados. Talvez seja mais fácil apenas receber o que
Deus deu às outras pessoas, ouvir uma pregação, assistir um vídeo edificante,
ler um post. É mais cômodo, convenhamos. Quem sabe avançamos mais um pouco,
ficamos com a água nos joelhos. E lá estamos, tranquilos, indo à igreja,
participando de campanhas, dizimando. Tudo está muito bem nesse nível. Se
avançarmos um pouco mais talvez não tenhamos mais o controle... ou não... água
nos lombos ainda nos deixa cômodos e confortáveis. Um ‘boa noite’ para o
Senhor, um agradecimento, um ritual... não queremos perder o controle, ainda
que as canções do meio gospel sejam de entrega total, de rendição ao Senhor,
cantamos de boca para fora.
O Senhor deseja falar.
É óbvio isso. Até o mais cético concordará comigo. Entretanto, porque não
ouvimos Sua voz? Será que a mão dele está encolhida, contrariando o que diz
Isaías? Acredito que não. A culpa está em nós não pararmos com Ele. O erro está
em ficarmos acomodados com o nosso relacionamento com Ele. Do jeito que está
está bom. E perdemos a oportunidade de verdadeiramente mergulhar no rio de
Deus, de nos perdermos em suas águas purificadoras. Perdemos a oportunidade de
experimentar o infinito de Deus. Deus tem mais. Mais graça, mais misericórdia,
mais poder, mais unção, mais fé, mais, mais, mais... Ele não quer guardar para
si. Ele quer nos dar. Mas há um preço a ser pago para que experimentemos dEle.
Há a renúncia de momentos de sono para estar em oração. Há a renúncia de um
momento de diversão ou até mesmo de estudo por um tempo a sós com Ele. É
necessário renúncia quando estamos nadando no Rio de Deus.
Mas essa renúncia vale
a pena. Vale a pena ser levado pelo Rio de Deus. Vale a pena um momento a mais
de oração. Só por Deus, não por bênçãos... só por Deus. O único interesse é
Deus, simplesmente. Quando o Rio flui em nós, quando estamos nadando nesse Rio,
vida transborda de nós e alcança até o que está morto.
Temos a opção de
vivermos mediocremente, num cristianismo ralo, pura religiosidade, ou vivermos
para Deus, experimentando da Sua plenitude. Vivendo em Deus. Nadando no Rio de
Deus e transbordando vida. O que vamos escolher?
Mergulhe e aprecie sem
moderação o Rio de Deus!
Por Luiz Pereira
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